Começou hoje no Centro de Convenções de Talatona em Luanda, o julgamento do major, Pedro Lussati, o principal arguido de um esquema fraudulento que envolve militares da Casa de Segurança da Presidência da República, em que terão sido desviados à partir da folha salarial, cerca de sessenta e dois milhões de dólares.
De acordo com fontes da 3ª Secção da Sala dos Crimes Comuns do Tribunal de Comarca de Luanda, que vai julgar o caso, estão arrolados neste processo 49 réus, acusados de 13 crimes, entre os quais o de peculato, associação criminosa, recebimento indevido de vantagem, participação económica em negócios e branqueamento de capitais, entre outros.
Vão testemunhar neste processo mais de duzentas pessoas.
Entre as testemunhas arroladas estão os generais Alfredo Tyaunda, que é ouvido a 18 de Julho, Hélder Vieira Dias Júnior “Kopelipa” e Sequeira João Lourenço (11 de Agosto), além de Eusébio de Brito Teixeira, João Baptista Chindande, Higino Carneiro e Pedro Mutindi, a serem ouvidos a 12 de Agosto.
O caso veio a público em Junho do ano passado, por altura da detenção do major Pedro Lussati, segundo se alegou, depois de ter sido encontrado na posse de milhões de dólares, euros e kwanzas guardados em malas e caixotes.
Alega-se também que Pedro Lussaty, é proprietário de mais de uma dezena de carros e outros bens de luxo.
Na sequência, da Operação Caranguejo, foram exonerados vários oficiais ligados à Casa de Segurança do Presidente, incluindo o general Pedro Sebastião, que na altura ocupava o cargo de ministro de Estado e chefe daquele órgão, que foi substituído pelo general Francisco Pereira Furtado.