Um grupo significativo de angolanos, entre estes menores de idade, vivem nas ruas da cidade capital. Muitos foram ali parar voluntariamente, mas alguns não conseguiram escapar as adversidades da vida, ou mesmo a falta de entendimento no seio familiar.
Sobrevivem de pequenos trabalhos como a lavagem de carros, a venda de diversos produtos, lida doméstica ou até mesmo de pequenos favores, nem sempre devidamente remunerados.
Na tentativa de compreendermos quais as motivações que levam estes cidadãos à habitarem sem o mínimo de dignidade nas ruas de Luanda, a reportagem LAC esteve esta manhã no Bungo, nas imediações do Ministério da Administração Pública Trabalho e Segurança Social “MAPSS”.
Num espaço baldio, estavam dezenas de pessoas, algumas deitadas nos seus colchões de espuma, enquanto uma senhora acabava de confeccionar, a primeira refeição do dia para todos: funge de milho com carne.
As senhoras ainda jovens, disseram à nossa reportagem terem deixado para trás as suas famílias, por falta de harmonia no lar, mas uma delas tem consigo uma pequena de oito anos de idade, que não frequenta a escola.
Entre os que escolheram fazer da rua o seu lar, está uma adolescente de quinze anos de idade, que diz que em tempos idos, frequentou a quinta classe, viveu num centro de acolhimento em Viana, que faz trabalhos domésticos nas imediações, mas que está disponível para voltar a viver em alguma instituição, que queira dar-lhe um tecto e protecção social.