Lac

Perfume do tempo nas canções de uma vida

O guitarrista e compositor Carlos Praia foi o vencedor com a composição “Caçula”, uma letra de Carlos Ferreira “Cassé” defendida pela jovem Zinga Sona, que ainda levou para casa o prémio relativo à “Melhor Voz”. Com “Nós e a Rua” Rosa Aires, em parceria com Scoth Cambolo, ficou com os prémios “Melhor Letra” e “Unitel-LAC”. Naurica foi a “Melhor Intérprete”.

Como intérpretes concorreram António Abicano, Emily Diabanza, Melainy, Rosa Aires, Jairo Oceano, Zinga Sona, Naurica, Manfer Júnior, Joelson Missula e Diawara, com, respectivamente, os seguintes temas musicais: “Na Lengui”, “O Amor é Tudo”, “Afirmação”, “Nós e as Ruas”, “O Rasto de Beija-Flor”, “Caçula”, “Zungueira”, “Tempestade”, “Casa Comigo” e “O Mundo”. Foram acompanhados por uma banda dirigida por Nino Jazz, constituída por Mário Gomes (guitarra), Elis França (teclados), Omar Gross (percussão), Jack Costa (bateria), Teodoro Maza (baixo), Rigoberto Castilho (saxofone e flauta) e a dupla Pedro e Miro Cawissi nos coros.

Disputaram o mais importante troféu, o de “Melhor Compositor”: António Abicano, Beethoven e Mestre Freddy, Lio Francis, Scoth Cambolo, Jairo Oceano, Carlos Praia, King Lau, Nito Viola e Sandele, Leandro Costa e Diawawa.

A declamação de poemas de Agostinho Neto por Maria Luísa Fançony abriu e enquadrou o evento nas comemorações do Centenário do Poeta Maior. O convidado da noite foi Filipe Mukenga, que dividiu o palco com Branca Celeste, Heroide e Aylasa, vozes que em edições passadas conseguiram troféus. Foi um recuar aos sucessos que marcam a carreira de Mukenga, um artista em constante reinvenção.

A edição deste ano decorreu sob o lema “O Perfume do Tempo nas Canções de Uma Vida”, com uma selecção de músicas que marcaram diferentes gerações reflectidas em três blocos: saudades, vida social e libertação. Os intérpretes da rapsódia musical foram Calabeto, Santocas, Tonicha Miranda, Neide da Luz, João Alexandre, Claudeth Tchizungo e Pretchinha.

No próximo ano, seguramente, “tem mais” Festival da Canção de Luanda.

1998, o ano do arranque. Na edição de arranque do festival a canção vencedora foi “Amanhã Chegou”, uma composição de Alexandre Ribeiro, com “Os Kimpaba” na interpretação. Nessa edição concorreram  ainda Mamborró, Calabeto, Ângela e Lino Ferrão, Shilley, Cassé e Joseca, nomes já então conhecidos na cena musical como intérpretes e/ou compositores, ao lado de Any Freire e Mena Jes. Luanda, recriada com figuras típicas, foi o tema do cenário montado no cine Miramar. A rapsódia inaugural foi composta por temas do  Carnaval  luandense, com destaque para “Cidrália”, “Mamã Lala” e “Maiado” nas vozes de Bell do Samba, Manico, Dina Santos e Marques do Nascimento. O veterano músico Dionísio Rocha, ainda, hoje guarda na memória esta edição do festival como tendo sido a “mais marcante”.

História de sobriedade e competência : O Festival da Canção de Luanda surgiu seis anos após a criação da primeira rádio privada do país, Luanda Antena Comercial (LAC), aos 25 de Setembro de 1992, na fase da abertura democrática em Angola.  Maria Luísa Fançony, Mateus Gonçalves e José Rodrigues – o trio que encabeça a LAC – como resultado das experiências adquiridas na Rádio Nacional de Angola (RNA) em concursos e eventos musicais, lançaram em 1998 a festa setembrina da música.

De lá para cá a LAC proporciona ao país um evento que tem revelado novos intérpretes e compositores da música nacional e reconfirmado outros. Nem mesmo a pandemia de Covid-19 impediu a realização do Festival da Canção de Luanda. São vários e inumeráveis os momentos vividos e proporcionados com emoção, anualmente, pelos dez concorrentes finalistas. O evento conseguiu a proeza notável de fidelizar um público diversificado de apreciadores e admiradores tanto da música nacional e estrangeira como da programação da LAC. Rapsódias, homenagens, cenários artisticamente concebidos e outras propostas inovadoras fazem parte da marca e da prática do festival.

No culminar da semana de celebração dos 30 anos da LAC, nada melhor do que trazermos para aqui um olhar retrospectivo ao Festival da Canção de Luanda, que, tal como o Top dos Mais Queridos, está entre os concursos musicais mais consistentes e regulares na agenda cultural angolana.  Ao longo destes anos de existência do   Festival da LAC, Paulo Costa, Cristina Miranda e Carla Romero têm constituído o trio de “loucos” criativos e executivos responsáveis pela materialização artística do evento.


A dança dos cenários:
A cidade capital, como já fizemos notar acima, tem inspirado o festival com diferentes cenários. Destacamos alguns: Fortaleza de São Miguel, Palácio de Ferro, Museu de Antropologia, Liceu Salvador Correia (actual Mutu-ya-Kevela), Banco Nacional de Angola, Largo das Heroínas, Estação de Caminhos-de-Ferro, jardins e outros espaços de Luanda. Outros motivos determinaram também cenários, como os símbolos nacionais e os instrumentos musicais (ngomas e violas).

Fonte: Jornal de Angola

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