A produção de petróleo e seus derivados em Angola tem estado em declínio, há mais de dez anos, segundo a directora de produção da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis, Ana Rosa Miala.
Durante a primeira edição da rádio conferência promovida pelo programa “Canal Energia” da LAC, Ana Rosa Miala destacou que a baixa produção petrolífera no país não é uma novidade, apesar dos esforços do Estado para reduzir esse declínio nos últimos três anos.
“Ainda assim há muito que precisa ser feito para continuarmos a produzir acima de um milhão de barris, sendo que é a meta do país para os próximos dez anos”, realçou.
A engenheira afirma que Angola nunca teve habilitações que visam trazer atractividade nos campos de produção existentes e afirma que grande parte das receitas obtidas durante o processo são favoravelmente do Estado.
“Neste caso, 70 a 90 por cento da produção dos campos acaba por ficar com o Estado, o que com certeza desestimula os investidores a continuar a investir nesses campos de produção”.
Ana Miala reitera que enquanto não é feita a implementação de novos projectos de produção, há que continuar a fazer um trabalho para reduzir o impacto do declínio petrolífero no país.
“Veja que nós desde que começamos a nossa produção só estamos ainda a menos de 40% do factor de recuperação, o que significa que nós ainda temos um potencial elevado nos campus que estão em produção”.
A directora de produção da ANPG diz ainda que os programas de manutenção convencionais já deixaram de ter o efeito que deviam ter e realça a necessidade de se fazer muito mais para além do que se tem feito ao longo dos anos.
“Sabemos que as nossas instalações têm um tempo de vida já acima daquilo que foi estabelecido inicialmente, sendo que mais de 90% da produção provém de blocos com mais de 20 anos de existência, o que indica certa debilidade”, referiu.
